Pouca gente no Brasil ouviu falar
da Carretera Austral chilena, por isso vou dar rápidas pinceladas para tentar torná-la familiar aos amigos que nos acompanham neste blog.
Vale retroagir um pouco na
história das ditaduras militares, que entre
os anos 1960 a 1990, governaram o território sul-americano e centro-americano.
Esses militares, particularmente no Brasil, Argentina e Chile, empunhavam a
falaciosa bandeira do nacionalismo e da soberania nacional.
No Brasil tivemos o exemplo da
tentativa de "ocupação" da Amazônia, à época do governo do general Médici (1969-1974), por meio da
construção de uma estrada transversal de mais de 4200 km, conhecida como
Rodovia Transamazônica (BR-230), que acabou sendo inaugurada em 1972,
após diversas modificações em seu projeto original e da redução pela metade do
número de quilômetros inicialmente previsto. O objetivo de levar o progresso,
de integrar o território nacional, foi mais um dos muitos fracassos testemunhados pelo povo brasileiro.
Curiosamente, quatro anos após a
investidura da Transamazônica (1976), o ditador chileno General Augusto
Pinochet também resolveu construir sua própria rodovia, não tão gigantesca, sob
a mesma bandeira de levar o progresso aos recônditos da Patagônia
chilena.
A construção da Carretera Austral
(Ruta 7) foi menos problemática que a Transamazônica, particularmente porque
era mais fácil edificar uma obra de engenharia sobre um território
basicamente composto de montanhas, do que romper a robustez da selva amazônica,
com áreas alagadiças e elevado índice pluviométrico durante todo o ano.
A Carretera chilena tinha também
caráter estratégico, porque a região mais ao sul do país sempre foi objeto de
conflito com os argentinos. Vale lembrar que em 1978 esses dois países quase
entraram em guerra por conta da disputa de territórios fronteiriços.
Deve-se constatar que, se a Carretera
Austral não causou o esperado impulso econômico, pelo menos permitiu desvendar
um cenário fantástico de belezas naturais, formado por cachoeiras, geleiras,
lagos, montanhas nevadas e rios ariscos. Um dos destinos mais cobiçados pelos
aventureiros e turistas de todo o mundo, especialmente os ciclistas.
Trata-se de uma rodovia em
formação, descontinuada (é preciso tomar vários ferry boats em seu percurso), ainda com muito a ser feito, particularmente em termos de calçamento.
Dos 1247 km do trajeto, cerca de 1000 eram de cascalho (rípio) no período da viagem. A rodovia
inicia-se em Puerto Montt e termina um pouco abaixo de Villa O'Higgins, na Bahia
Bahamondes.
Para efeito didático, ela foi dividida em 5 trechos (tramos):
Trecho 1: de Puerto Montt a Chaitén (cidade que foi engolida pelas cinzas do vulcão homônimo (Chaitén), em maio de 2008, fato que provocou a evacuação de todos os seus moradores por um longo período);
Trecho 2: de Chaitén a La Junta (cidadela pertencente à comuna de Cisnes, região de Aisén);
Trecho 3: de La Junta a Coyhaique (capital da província de Coyhaique, região de Aisén);
Trecho 4: de Coyhaique a Cochrane (capital da província de Capitán Prat, região de Aisén); e
Trecho 5: Cochrane a Vila O'Higgins. O fim da Carretera Austral ocorre, de fato, na Bahia Bahamontes, no Lago O'Higgins, que fica 14 km depois do município).
Para efeito didático, ela foi dividida em 5 trechos (tramos):
Trecho 1: de Puerto Montt a Chaitén (cidade que foi engolida pelas cinzas do vulcão homônimo (Chaitén), em maio de 2008, fato que provocou a evacuação de todos os seus moradores por um longo período);
Trecho 2: de Chaitén a La Junta (cidadela pertencente à comuna de Cisnes, região de Aisén);
Trecho 3: de La Junta a Coyhaique (capital da província de Coyhaique, região de Aisén);
Trecho 4: de Coyhaique a Cochrane (capital da província de Capitán Prat, região de Aisén); e
Trecho 5: Cochrane a Vila O'Higgins. O fim da Carretera Austral ocorre, de fato, na Bahia Bahamontes, no Lago O'Higgins, que fica 14 km depois do município).